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«A minha vontade é juntar-me aos adeptos e cantar com eles»

Por: LSC   |   12-04-2018  |  Voleibol   |  
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Emília Nunes tem 25 anos e está pela primeira vez no Leixões Sport Club.

Em entrevista ao leixoessc.pt Emília explica como surgiu o interesse pelo voleibol, fala dos clubes por onde passou, o jogo que mais a marcou e deixa ainda fortes elogios à massa adepta do Leixões. Espera ainda dar ainda mais alegrias aos leixonenses no final do campeonato.

Emília, como surgiu o interesse pelo voleibol?
Na escola onde estudava, a minha professora de Educação Física incentivou-me muito porque eu era a mais alta das raparigas. A partir desse momento, fui fazer um teste ao Minas Tênis Clube, um clube da minha cidade, passei e nunca mais larguei o voleibol.


E com que idade foste para esse clube?
Comecei com 15 anos.

Hoje em dia, lembraste quais os clubes que passaste na tua carreira?
Passei por vários clubes, muitos mesmo. Comecei no Minas Tênis Clube, a seguir fui para o Marquense, depois joguei pelo São José dos Campos, o São Bernardo e o Paraná.
Uns tempos depois voltei para o Minas Tênis Clube para jogar a nível profissional. Mais tarde fui jogar para os Açores, no Ribeirense e agora estou no Leixões.

Dos jogos já disputados, qual foi o que mais marcou?
Jogava pelo São José dos Campos e defrontávamos o Sorocaba. O pavilhão estava completamente cheio e o adversário era superior a nós. Lembro-me que ganhámos 3 a 1 ou 3 a 2 e fomos campeões do estadual. Este jogo ficou-me na memória por ter sido um jogo de muita raça com muito público e por termos sido campeãs. Foi algo inexplicável.


Como é que ocorreu essa mudança para o Leixões?
O ano passado ia parar de jogar. No entanto o Leixões e uma outra equipa de Lisboa vieram procurar-me. Sinceramente estava mesmo decidida a parar durante um ano, mas quando vi que o Leixões estava interessado em mim, nem hesitei. Estava mesmo contente por ver um grande clube interessado em mim. Até hoje está a ser fantástico e já não quero mais parar de jogar.

"Não viemos para brincar,
por isso, vamos lutar muito
porque o nosso objectivo é ser campeão"


Qual foi a sensação de entrar, pela primeira vez em campo, com a camisola do Leixões?
Toda a gente falava no Leixões, que era um grande clube, com uma massa adepta incrível. Só que eu vim para cá sem saber que ia mudar de posição. Eu era central e agora sou oposta e mesmo assim o clube acolheu-me de uma maneira muito carinhosa. Nunca pensei que isso fosse acontecer comigo. Jogar com a camisola do Leixões é uma pressão enorme. Felizmente está a correr tudo bem. Logo no primeiro jogo ganhamos a Supertaça. Têm sido todos muito espectaculares comigo. As minhas colegas estão sempre lá para mim.
O professor tem tido muita paciência comigo por estar a adaptar-me a uma nova posição. Estou muito feliz no Leixões.

Vocês são um grupo muito unido?
Sim, muito mesmo. É difícil alguém fazer-nos frente porque a união no nosso grupo é muito forte.

Então e qual é o segredo para esta equipa ter tanto sucesso?
Não há segredo.  Basicamente é trabalhar sempre mais. Levámos isto muito a sério. O professor também sabe como trabalhar, sabe mover as peças. A minha vida é só voleibol mas, por exemplo, as minhas colegas têm um trabalho para além do voleibol e eu admiro-as por isso. É preciso muita vontade.

Qual é o balanço que fazes desta época no Leixões?
Está a ser incrível. Há uma motivação enorme para continuar. E aumentou o meu leque de oportunidades porque eu era central e agora sou oposta. Estamos também na frente de todas as provas mas, a partir de agora, os jogos vão começar a ser ainda mais difíceis do que já o eram. A equipa adversária vai ter que lutar muito para nos ganhar, mas nós também vamos ter que lutar muito para lhes ganhar. No entanto, nós não viemos para brincar e por isso vamos lutar muito porque o nosso objectivo é ser campeão. Se Deus quiser é isso que vai acontecer.


Os objetivos pessoais estão a ser cumpridos?
Eu vim para o Leixões com o objetivo de acabar num grande clube. No entanto tudo mudou e nem sei que hei-de fazer. Estava a pensar em parar e agora já nem quero que isso aconteça. Espero continuar em Portugal ou, se isso não acontecer, voltar para o Brasil. Está uma confusão na minha cabeça.

"A minha vontade
é juntar-me aos adeptos
e cantar com eles"

Costumas levar o ambiente pós-jogo para casa?
Sempre. Até porque a minha mãe liga-me sempre depois dos jogos. Isto funciona assim, se ganho a minha mãe conta logo para a família inteira que ganhei e é uma alegria imensa.
Quando perco a minha mãe tenta logo motivar-me. Cada uma de nós, jogadoras, tem uma maneira diferente de lidar com a frustração ou a alegria.

Antes dos jogos, conseguem ver quem está mais nervoso ou mais descontraído?
Sinceramente, antes dos jogos, parece que está tudo alegre. Não dá para saber quem está nervoso ou não. Parece que nunca estamos nervosos mas não é bem assim.

Para terminar, queres deixar uma mensagem aos adeptos do Leixões?
São incríveis. Adoro ouvi-los a puxar por nós. Acho que sem eles, nós não íamos mais. Porque quando eles começam a cantar, nós temos mais motivação para fazer mais e melhor.
É agradecer-lhes, porque se, em vários jogos, nós fizemos muito mais, isso deve-se a eles. Os festejos no final para mim são fantásticos. A minha vontade é juntar-me aos adeptos e cantar com eles. Estou ansiosa para que a final chegue e possa finalmente fazer isso. Já vi vídeos da final do ano passado com o pavilhão completamente cheio e estou à espera que isso aconteça de novo e que seja uma grande festa.